domingo, 21 de abril de 2013

Crianças Especiais - Cuidados Ortopédicos na Paralisia Cerebral

  O diagnóstico de paralisia cerebral é muito preocupante para a família. Ao contrário do que muitos pensam, não há completa ausência das funções cerebrais, o cérebro não está paralisado - a nomenclatura que é inadequada.
  Trata-se de uma lesão no cérebro imaturo. Geralmente em crianças prematuras, com baixo peso e que ao nascerem (por imaturidade pulmonar) não conseguem oxigenar adequadamente o sistema nervoso central. Frequentemente necessitam de internação prolongada em UTI neonatal.
 Na maioria das vezes, as áreas envolvidas são predominantemente motoras, não havendo prejuízo na inteligência. É lógico que existem também aquelas com lesões graves no cérebro que repercute não só no controle dos movimentos, como também nas funções intelectuais. Existem exceções a regra, e nem toda criança prematura ou de baixo peso apresenta comprometimento motor durante o desenvolvimento.
  A lesão cerebral é estática (não piora), porém o envolvimento articular tende a piorar se não tratado devido à desproporção no crescimento entre ossos normais e músculos espásticos (situação em que os músculos ficam em constante contração, sem relaxamento adequado, tornando-se mais rígidos), crescendo mais lentamente e gerando deformidades articulares.
  O que chama atenção inicial é o atraso no desenvolvimento motor (demora a rolar, não sustenta cabeça, por exemplo), além de ter rigidez nas articulações (músculos espásticos), o que pode ser observado na manipulação diária. Algumas apresentam dificuldade de alimentação, refluxo gástricoalterações visuais  e estrabismo. É neste momento que são encaminhadas para avaliação neurológica e o diagnóstico é estabelecido.
 São muitas as expectativas dos pais. Neste momento é fundamental iniciar o tratamento multidisciplinar com fisioterapia (motora, respiratória, terapia ocupacional, fono) junto com a ortopedia pediátrica. Isso deveria ser a rotina, mas na prática o que vemos é que por uma série de dificuldades muitas famílias não conseguem ortopedista pediátrico capacitado para atendimento, acompanhamento, indicação de orteses adequadas, aplicação de Botox - quando indicado, e indicação cirúrgica no momento preciso.




As particularidades das escritas silábico-alfabéticas


   Imagine-se numa sala de concertos, apreciando uma orquestra, com violinos, trombones, violoncelos e flautas, entre outros instrumentos. Você seria capaz de distinguir entre os sons produzidos pelos de sopro e os de corda? A maioria dos leigos em música considera isso difícil. 
                                                                   
  Da mesma forma, identificar os sons que compõem uma sílaba é uma tarefa complexa para os alunos que estão na transição da hipótese de escrita silábica para a silábico-alfabética. Essa analogia foi feita pela psicolinguista argentina Emilia Ferreiro, que sintetizou as conclusões a que chegaram pesquisadores por ela orientados no recente artigo A Desestabilização das Escritas Silábicas: Alternâncias e Desordem com Pertinência.
  Análises de escritas de crianças como Maria, 5 anos, foram a base da pesquisa da argentina Claudia Molinari. Desafiada a escrever sopa, a menina produz primeiramente uma escrita silábica: OA.
Insatisfeita com a quantidade de letras - já que nessa fase a maioria das crianças acredita que sejam necessárias no mínimo três para garantir uma escrita legível -, ela acrescenta SP.
  O resultado final é OASP. "Todas as letras da palavra estão ali, mas em desordem (...). O que Maria produz são duas escritas silábicas justapostas".
  Em outra etapa do estudo, ela observou crianças realizando a tarefa de escrever consecutivamente uma mesma lista, primeiramente com lápis e papel e, em seguida, no computador.
  Focou a análise, portanto, em pares de palavras, o que evidenciou produções intrigantes, como as de Santiago, 5 anos.
 No caderno, ele representa soda como SA e na tela como OD.
 Salame vira SAM no papel e ALE na tela.
 Apesar de conhecer todas as letras de soda e de salame, ele não as coloca juntas. O fenômeno, explica Emilia, é chamado de alternâncias grafofônicas. 
 Notou-se que crianças com hipótese silábica usavam algumas letras com três funções específicas - não correspondentes ao som da sílaba propriamente dito:

Recheio gráfico Para separar vogais iguais ou preencher um espaço dentro da palavra ou no fim dela.
A    P A E    A
á               gua

AM     OA
ma      çã 
Curinga Como substituta de uma sílaba ou de uma consoante que a criança não sabe grafar. A mesma letra aparece como curinga em várias palavras.
O   MA    B
to   ma   te

AB    CI
ca    qui 
Nome da sílaba Para escrever uma sílaba inteira. É comum o uso do K para CA e do H para GA.
BI    H     D   RO
bri  ga  dei   ro

K   SA
ca  sa
As sofisticadas soluções são usadas pelos que estão saindo da hipótese silábica com valor sonoro convencional e construindo uma silábico-alfabética.
Esse é um ponto crucial, já que aparentemente a escrita dos silábicos é mais estável e fácil de interpretar. Para conseguir enxergar e distinguir as peculiaridades dos silábicos-alfabéticos, se vale das sondagens individuais.
Ao identificar que o estudante está nessa fase intermediária entre a hipótese silábica e a conquista da base alfabética, como fazê-lo avançar?
 "É preciso criar situações didáticas que favoreçam a reflexão sobre o sistema alfabético de escrita, levando-o a analisar o interior das sílabas".
 Isso é útil quando ele se depara com palavras que começam e terminam com a mesma letra. Para identificar a que procura, a criança tem de analisar as letras do meio.
Os erros mais comuns
- Perguntar à criança "que letra está faltando?". Se ela soubesse, já teria colocado. O melhor é pedir que leia o que escreveu para que ela mesma decida por alguma alteração.

- Pedir que o aluno ouça o som da sílaba. O problema não é de audição, mas de concepção de escrita. Daí a importância de compreender como ele está pensando.

- Não orientar os estudantes por achar que eles devem construir a escrita sozinhos. É preciso oferecer a todos informações sobre a grafia das palavras, além de sugerir a eles fontes escritas e a troca com os colegas.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Você e seu filho na dura realidade do dia-a-dia


 


 Os meios de comunicação e as crianças

A internet, através de sites de relacionamentos que viraram febre, também tem todo tipo de categorias que as crianças ficam expostas se quiserem entrar. E isso tudo sem o conhecimento dos pais.
 Em um Shopping de uma cidade do interior da Bahia, por exemplo, já existem, segundo a delegada da infância, pontos de prostituição infantil, gangues de crianças a partir dos 9 anos. E os pais dizendo-se modernos, deixam seus filhos nesses lugares sem a mínima preocupação. Meninos de 10 anos no estacionamento do Shopping bebem vodka pura.
Segundo essa delegada, que tem três filhos, entre 8 e 14 anos, o termo “mico” está na boca de todo adolescente. 
E aconselha: “Meus filhos podem falar que é mico, king kong, orangotango, ou o que seja. Só vão ao Shopping sob minha vigilância, e quando vão a alguma festinha que pedem que deixem os filhos na porta da residência, não permitindo a entrada dos pais,  só as crianças, eu entro, vejo o ambiente, e se os pais do aniversariante estão presentes. Só depois disso tudo é que deixo meus filhos com tranquilidade.
Com a falta de tempo dos pais, os filhos iniciam desde cedo inversão de valores, e aprendem, o que deveria ser aprendido dos pais, com os coleguinhas mais “descolados”, mais espertos, ou com pedófilos que encontram em sites de relacionamentos.
 Está mais que na hora de nós, pais, despertarmos para uma dura realidade. Ou retomamos a educação dos nossos filhos, ou em breve os perderemos para as drogas e a prostituição.

Criança sem disciplina e sem valores não é feliz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Filhos sem limites, futuros adultos frustrados

 Não adianta fecharmos os olhos para uma realidade que está patente aos olhos de todos: o homem tem perdido sua identidade, seus valores, e muitos pais se conformam dizendo: “temos que acompanhar as mudanças do mundo moderno”. A conformidade é traço de quem diz: “não tem jeito mesmo, melhor me adaptar”. Mas tem jeito sim.

 Princípios que recebemos dos nossos pais, devem se estender pelas futuras gerações. Valores como obediência, honra aos pais, disciplina, respeito, devem ser mantidos. É mais fácil ser levado pela maré, do que nadar contra ela. Que tipo de herança estamos deixando para nossos filhos?
Crianças que crescem sem limites, serão adolescentes extremamente problemáticos. E adultos frustrados e sem caráter.
 Isso irá requerer dos pais, não apenas conselhos, mas exemplos de vida no dia-a-dia, dedicação para aconselhamento, para diálogos, para ensiná-los sobre sexualidade, respeito, amizade, e isso requer tempo, o que parece que os pais atualmente não dispõem. Devido a isso, e outros fatores, a depressão infantil, é cada vez mais comum.
 Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, grande parte das nossas crianças são criadas por babás, avós, e isso faz com que os pais, para compensarem sua falta na vida diária da criança, fazem todas as suas vontades e compram tudo o que podem para elas.
Outro fator que tem influenciado as crianças a hábitos e costumes degenerados são as novelas, voltados ao público adolescentes, onde estes passam de mão em mão com a maior naturalidade, e termos como “ficar”, “BV” (boca virgem), “BVL” (boca virgem de língua), são linguagens que crianças começam a ouvir desde cedo e quando estão na pré-adolescência querem exercer atitudes de adultos, sem estarem preparados. 
Criar um fiho já não é fácil, mas educá-lo é muito mais desafiador.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Veja algumas precauções importantes para as crianças


  Com o retorno das aulas, os estudantes passam a executar um ritual diário, que engloba a ida à escola equipados por mochilas diferentes e da moda, passando uma boa parte do tempo aprendendo acomodados nas respectivas cadeiras e mesas das classes. Ações aparentemente simples e cotidianas, que escondem um grande problema acerca da saúde: o excesso de peso carregado e a postura nos assentos escolares. A grande quantidade de materiais utilizada durante o ano letivo, que em muitos casos é transportada sem necessidade, e o modelo escolhido pelo aluno pode causar graves consequências futuras, como dores na coluna, assimetrias e problemas posturais. 
  As bolsas escolares indicadas devem conter duas alças largas, para que o peso seja distribuído uniformemente. Além disso, as alças precisam ser alcochoadas e reguláveis, para que a mochila não ultrapasse a altura da cintura da criança. Há necessidade também de um cinto que deve ser preso à cintura para oferecer estabilidade.









 










  Evitar mochilas com muitas divisões é uma opção para que as crianças não fiquem tentadas a colocar muitos itens dentro delas. 
  Outra dica é o uso dos modelos com rodinhas (carrinho), que facilitam a mobilidade e diminuem o esforço.  Deve-se sempre alternar o lado que se puxa o carrinho e verificar se há caminho com rampas ou elevadores na escola, pois crianças pequenas terão dificuldade em subir escadas carregando a mochila. O peso carregado pelas crianças não deve ultrapassar 10% de seu peso corporal. É necessário, ainda, colocar o material mais pesado no centro da bolsa, o mais próximo das costas possível.
  Em geral, as carteiras ou assentos designados para os estudos em casa ou mesmo na escola devem atender as necessidades das crianças no quesito funcionalidade, garantindo uma uniformidade de modelo. O mais importante,  é que as carteiras estejam de acordo com a faixa etária e, principalmente, com o tamanho dos alunos. As crianças já têm o hábito de `escorregar´ na carteira e sentar de forma incorreta, o que pode trazer alterações posturais. Se o assento for inadequado é pior ainda.
  Para que as crianças adotem uma boa postura, os pais precisam orientá-los e supervisioná-los em casa. Na escola, o professor deve observar os alunos e corrigir sua forma de sentar, quando necessário. Deve ser dada especial atenção aos alunos que sentam próximo à parede, porque o risco em utilizá-la como apoio e entortar a postura são grandes.
   Para garantir que os pequenos estejam em postura correta, é necessário que:
1) A cadeira tenha altura que permita com que a criança toque por completo os pés no chão;
2) Os joelhos fiquem fletidos a 90º
3) A coluna deve ficar apoiada no encosto da cadeira
4) Braços não devem ficar nem muito altos e nem muito baixos. O punho deve ficar neutro.
(Fonte: Unopar/Assessoria de Imprensa)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sobre emoção e compromisso

    Ensinar bem requer, além de conhecimento e competência, doses de responsabilidade e envolvimento emocional

                                                                                                                             Luis Carlos de Menezes 
Foto: Marcos Rosa

 
 "Quando as dificuldades e as conquistas são compreendidas como sendo da equipe escolar, surge a paixão pelo bom trabalho."
   Profissionais que lidam diretamente com a condição humana, como pediatras e psicólogos, sempre precisaram de compromisso pessoal tanto quanto de capacidade diagnóstica e terapêutica. Outros, como cozinheiros ou músicos, além de domínio técnico e instrumental, dependem de emoção e sensibilidade para sua criação cultural. Já os profissionais de Educação, ao lado de conhecimentos e técnicas pedagógicas, precisam de ambas as demais condições, ou seja, tanto de compromisso pessoal como de envolvimento emocional para promover o desenvolvimento cultural e socioafetivo dos estudantes para os quais lecionam.
   Aliás, a expectativa de que professores reúnam qualidades esperadas dos dois grupos de profissionais citados acima é cada vez maior. Afinal, hoje educadores precisam de um engajamento profissional e pessoal diferente daquele que bastava no tempo em que alunos aguardavam atentos e perfilados para receber os mestres. Conduzir atividades coletivas com turmas não habituadas ao convívio respeitoso, ensinar com textos crianças que vivem em ambientes onde pouco se lê ou comunicar-se com jovens, competindo em desvantagem com os celulares e a web, são exemplos de tarefas que exigem as condições já mencionadas.   Essas condições difíceis e tão frequentes resultam em perplexidade e queixas se forem consideradas alheias à responsabilidade pedagógica. Se vistas como contingências do trabalho, entretanto, servem para contextualizar o aprendizado, suprir carências identificadas e produzir desafios estimulantes, que conduzam a uma disciplina de participação ativa, e não de atenção passiva. O mesmo vale para tratar casos de defasagem ou indisciplina que, em lugar de serem vistos como uma responsabilidade exclusiva dos alunos, possíveis candidatos à repetência ou à exclusão, devem ser enfrentados como um problema da escola por professores realmente comprometidos em garantir a todos o direito de aprender.
   É compreensível que isso seja visto como uma situação idealizada por professores que encarem esses desafios em seu dia a dia, mas trabalham em condições que não permitem adotar o comportamento esperado. Sabendo disso, podemos nos questionar o que é preciso para que todos assumam o pleno compromisso de adotar um real envolvimento pessoal com seu trabalho. A chave para tratar essa questão está no "com" da palavra compromisso, que indica reciprocidade e intenção firmada em conjunto - no caso, para cumprir uma responsabilidade social, realizando uma tarefa complexa que demanda envolvimento humano.
   Diferentemente da relação entre psicólogo e paciente, não é só com o aluno que o professor se compromete, mas com seu coletivo de trabalho na instituição escolar. E, mais do que na relação do artista com a obra, a sensibilidade e a emoção também se expressam nas relações de uma comunidade de educadores e educandos, não como manifestação individual. Se faltar a responsabilidade assumida em conjunto, com respeito e condições de trabalho, a coletividade perde sintonia ou nem se concretiza, a condução do ensino se torna burocrática e descompromissada, e a sensação dominante passa a ser de apatia, quando não de frustração - tanto dos professores como de seus alunos.
   Mas, quando a ação educativa se dá em uma comunidade escolar solidária em suas responsabilidades e na qual dificuldades e conquistas são compreendidas como sendo de toda a equipe, surge a paixão pelo bom trabalho e isso também envolve os alunos. Essa é a condição primeira para a existência de uma verdadeira escola, o que não resolve todos os seus problemas nem elimina tropeços e dramas inevitáveis em qualquer atividade humana, mas cria as condições para que o educar seja realizado como deve - com compromisso e emoção.

sábado, 13 de outubro de 2012


  Texto para reflexão: Pais Maus - Dr. Carlos Hecktheuer (Médico Psiquiatra)
  

 Quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:   
  Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.  Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.    
  Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram do supermercado e dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queremos pagar”.    
  Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos. 
 Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo: Eu os amei o suficiente para dizer-lhes “não”, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso, e alguns momentos até me odiaram. Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. 
 Estamos contentes, vencemos! Porque no final vocês venceram também!  
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães; quando eles lhes perguntarem se seus pais eram maus, meus filhos vão lhes dizer: “Sim, nossos pais eram maus. Eram os pais mais malvados do mundo.”    
  As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer pão, frutas e vitaminas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne e legumes. E eles nos obrigavam a jantar à mesa, bem diferente dos outros pais que deixavam seus filhos comerem vendo televisão.    
  Eles insistiam em saber onde estávamos à toda hora. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Papai insistia para que lhe disséssemos com quem iríamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.    
 Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles “violavam as leis do trabalho infantil”. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruel. Eu acho que eles nem dormiam à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Eles insistiam sempre conosco para que disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos.    
 A nossa vida era mesmo chata. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde. O papai, aquele chato, levantava para saber se a festa foi boa só para ver como estávamos ao voltar.    
 Por causa de nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. Foi tudo por causa deles.  
 Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo de tudo para sermos “PAIS MAUS”, como os nossos foram.
 

                                                                                                                                     Texto adaptado